Não foi difícil para a marginalidade descobrir que os prédios apresentavam inúmeras fragilidades no sistema de controle de acesso de veículos.

Em razão disso, passou a ser um dos caminhos prediletos para a concretização de uma invasão a prédios e em seguida tomada da guarita.

Recentemente, fui entrevistado no programa Note e Anote, da Rede Record, ancorado pela apresentadora Claudete Troiano, para falar sobre segurança em condomínios. A equipe de produção do programa, com um veículo descaracterizado e com uma câmera escondida tentou entrar em 10 prédios de um bairro nobre de São Paulo. Para a surpresa de todos, com uma simples buzinada ou uma conversa fiada, conseguiram entrar em 05 prédios, pela garagem. A intenção desse material didático é orientar os moradores a implementarem em seu condomínio um controle de acesso de veículos super seguro, que terá o condão de inibir a ação das quadrilhas especializadas em arrastões em prédios.

A invasão pela garagem do edifício é o segundo caminho mais procurado pelos bandidos. Por isso devemos ter toda a atenção e esquemas de segurança, capazes de inibir a ação de criminosos. O plano das gangues especializadas em invadir prédios, tem como fator principal a rendição da guarita.

Com o porteiro dominado, ficará fácil aos bandidos gerenciar a invasão aos apartamentos. Eles terão o controle da entrada e saída de pedestres e veículos e assim usarão de diversos ardis, para dominar moradores que entrem no prédio ou saiam de seus apartamentos.

Assim, conseguindo o acesso ao prédio pela garagem, será fácil abordar o porteiro, usando o trunfo da surpresa, pois a atenção do porteiro, normalmente é voltada para as áreas externas do edifício.

INVASÕES PELA GARAGEM, CASOS RECENTES – APRENDENDO COM OS ERROS ALHEIOS

Neste momento, estaremos noticiando diversos assaltos, arrastões e crimes praticados contra condomínios residenciais.
O intuito é saber o modus operandi usado pelas quadrilhas especializadas em invasões a prédios, as falhas encontradas nos condomínios para sabermos a exata noção dos riscos existentes e como podemos exercitar a prevenção.

70 reféns /Quadrilha com 15 rende moradores e assalta prédio em SP
Folha On Line – 27/02/2005

Um grupo de pelo menos quinze homens armados invadiu, na manhã de ontem, o edifício de classe média alta Planalto Lapa, no Alto da Lapa (zona oeste de SP), e promoveu um arrastão. Os criminosos trancaram cerca de 70 vítimas em uma sala do prédio e roubaram jóias, dinheiro, notebooks, celulares e carros. A ação da quadrilha durou aproximadamente seis horas, segundo a Polícia Civil. Ninguém foi preso.

O primeiro a ser rendido pelos ladrões foi o faxineiro. Por volta das 6h30, ele estava na garagem quando um homem armado e encapuzado o surpreendeu. Em seguida, outro ladrão -usando calça jeans e camiseta- saiu da garagem e se dirigiu até a portaria do edifício. Provavelmente a garagem estava aberta quando os marginais chegaram, facilitando a entrada dos mesmos.

Administrador é morto dentro de condomínio
O Estado de São Paulo – 03/03/2005

O administrador de condomínio Alex Bruner Freijó, de 38 anos, morreu após levar 13 tiros de pistola, por volta das 18h da terça feira, no Condomínio São Joaquim, em Vinhedo/SP. Os disparos foram ouvidos por testemunhas, que viram um homem em uma motocicleta..

Após arrastão em prédio, bando sequestra van escolar e garoto é ferido por tiro de fuzil
O Estado de São Paulo – 19/03/2005

A ação começou as 6h, na troca de plantão dos porteiros do prédio. Os criminosos ocupando um Vectra cinza, clone do carro de um dos moradores. Deram sinal para abrir o portão da garagem. Quando a passagem foi liberada, outros dois carros, uma Fiorentino e um palio, entraram. Dois ladrões subiram na guarita e dominaram o porteiro e uma faxineira. Pelo menos 20 moradores de um condomínio no Jd. Anália Franco, região nobre da zona leste, viveram 50 minutos de horror sob a mira de pistolas e fuzis de 15 assaltantes. Na fuga, uma perua escolar com 6 crianças de 5 a 9 anos foi seqüestrada. Houve perseguição e tiroteio. Um tiro de fuzil acertou o braço de um garoto que ia para a escola Outro disparo acertou um carro da PM e feriu o soldado Sergio Jose.

Polícia aponta falhas na segurança de condomínios
O Estado de São Paulo – 19/03/2005

A facilidade encontrada pelos criminosos, por falta ou falha na vigilância, é o que leva quadrilhas a optarem por arrastões em prédios. Alem disso, em poucas horas é possível muito mais dinheiro do que num seqüestro que leva dias ou ate meses para terminar. Essa é a analise da policia para justificar a seqüência de assaltos, a condomínios na cidade.

Porteiro planejou assalto à prédio no Morumbi
O Estado de São Paulo – 03/02/2005

O porteiro Cristiano Vitorino Moura, de 27 anos, planejou o roubo ao Edifício Patrícia, no Morumbi e facilitou a entrada de 15 assaltantes no condomínio de luxo. Segundo a Polícia Civil, Moura que trabalhava no prédio havia 1 ano, confessou a participação no rime e delatou dois integrantes do bando. Ele teve a prisão de 5 dias decretada pela Justiça. O assalto aconteceu, segunda feira à noite, na Avenida Giovanni Gronchi, 5394. No dia do assalto, Moura, que trabalhava na portaria social, mudou de posto e ficou na portaria da garagem, conforme havia combinado com os ladrões. De posso do controle remoto, abriu o portão eletrônico para a entrada de uma Zafira, onde havia 6 homens com metralhadoras e pistolas. Um ladrão saiu com a Zafira e voltou minutos depois com mais 6 homens. Em seguida outros 3 entraram a pé no prédio. O alvo do bando era o apartamento de um médico. Os ladrões agrediram a vitima com coronhadas, roubaram jóias, relógios, dinheiro e computadores. Ao depor ontem no 89 DP, Moura caiu em contradições e confessou o crime. Ele deu o nome dos parceiros Luiz Carlos Rodrigues, de 33 anos, e André Luiz Medeiros Castro, de 23.

Reportagem entra disfarçada em 7 condomínios de São Paulo (SP), revelando despreparo de porteiros
Jornal da Tarde – 09/06/2003

No Jardim Anália Franco, no luxuoso prédio de um apartamento por andar, condomínio no valor de R$ 1,3 mil e um porteiro com salário de R$ 470, foram os escolhidos para o “teste da garagem”. Com um carro popular – um Gol 2003, 1.0 – motorista e repórter se aproximam da garagem, buzinam. O porteiro abre uma fresta no vidro da guarita, olha desconfiado e vê um sinal de “positivo”. E abre a garagem.
Depois, tenta justificar o erro: “Realmente fiquei em dúvida. Depois que abri é que me toquei.” O zelador, que estava na garagem, também se assustou: “Se vocês fossem bandidos, eu seria a primeira vítima.”

“Abri porque estava atrapalhado com o interfone”
Em um prédio de Santana, o Gol do JT pára diante da garagem. Nem foi preciso buzinar para que o portão se abrisse. Depois, não houve necessidade de tocar a campainha do interfone para que o porteiro recepcionasse a estranha. Ele explica: “Pensei que fosse o carro do pedreiro. É que temos um apartamento em reforma. Está certo que foi um descuido. É que, depois de algumas horas de serviço, a gente sempre vacila um pouco.” (Eram 18h30 e ele começou a trabalhar às 14h).
Constrangido, o porteiro, que ganha R$ 570 por mês, argumenta que apenas abriu o portão da garagem porque estava “atrapalhado, falando no interfone”.
Teve treinamento para ficar atento na portaria do prédio? “Nenhum. Vejo o carro pelo monitor de vídeo, mas a gente está acostumado com os moradores. Só entra quem dá uma buzinada.”
E dá uma justificativa para o despreparo e desatenção, permitindo a entrada de estranhos: “Tem coisas que não dá para evitar. Aqui têm muito carro parecido, todos com cor escura. A gente se confunde.” Detalhe: o Gol usado pelo JT era branco.

Ladrões usam controle remoto para invadir prédio
Jornal Agora – 21/09/2004

A polícia só tem uma pista sobre o bando de oito ladrões que, às 6h de ontem, invadiu o condomínio Leblon, em Moema (zona sul de SP), e assaltou pelo menos três dos apartamentos de alto padrão do local: eles tinham um controle remoto do portão da garagem e o utilizaram no crime.
Apesar de contar com um forte esquema de monitoramento de câmeras, de portões com travas eletrônicas e de a guarita do porteiro ficar distante da entrada principal, bem protegida, o condomínio Leblon foi invadido pela garagem, onde os bandidos entraram com um Vectra escuro.
A portaria principal do condomínio fica na Avenida Rouxinol – já a entrada da garagem é pela Rua Tuim e fica bastante distante da visão do porteiro. Essa localização da garagem e o acesso a um controle remoto, segundo a polícia, facilitaram a ação dos assaltantes.Já com o Vectra na garagem do Leblon, esperaram os moradores descerem para pegarem seus carros e, um a um, foram rendidos pelos ladrões, armados com revólveres e pistolas.Poucas queixas.Até a noite de ontem, apenas três pessoas haviam procurado o 96º DP (Brooklin) para registrar queixa sobre o roubo, mas, segundo o delegado João Batista Magalhães Braga, é possível que outros tenham sido vítimas.Nenhum criminoso foi preso ainda pela polícia, que investiga se houve participação de funcionários do condomínio.Na ação ninguém saiu ferido. Os assaltantes, que fugiram depois de 40 minutos levando eletroeletrônicos, roupas de marca, telefones celulares, microcomputadores, jóias, dólares e reais, fizeram questão de ameaçar os moradores para que eles não procurassem à polícia. Há também a suspeita de que a quadrilha tenha comprado vários controles remotos e ficado na porta da garagem do prédio, durante os dias que antecederam o roubo, tentando ajustá-los na freqüência do aparelho que o abre e fecha.

Condomínios são alvo de assaltantes em SP
O Estado de São Paulo – 10/06/2004

Números sobre invasões a prédios por assaltantes em São Paulo são um mistério. Na estimativa de alguns policiais pelo menos 5 edifícios são invadidos a cada mês na cidade. Um consultor de uma entidade que representa administradoras de condomínios fez suas próprias contas: segundo ele, de 10 a 15 prédios são assaltados por mês. O consultor calcula que os casos registrados pela policia não representam nem 30% do total. ”Muitos moradores assaltados não fazem o Boletim de Ocorrência, para evitar a desvalorização do imóvel”, diz.

Polícia identifica bando que assalta condomínios
O Estado de São Paulo – 02/12/2003

Já estão identificados os ladrões que roubaram U$ 3 Milhões e jóias e dinheiro durante assaltos a condomínios de alto padrão na capital, nos últimos 3 anos. A forma de agir da quadrilha é sempre a mesma. Meticulosamente, eles acompanham a rotina de moradores e funcionários. Se for necessário, fazem “clones” de carros dos condôminos. Outro método usado pelos ladrões é se passarem por entregadores de flores, de remédios ou funcionários de empresas como Sabesp ou Eletropaulo. Toda a ação dura geralmente 3 horas.

Quadrilha invade prédio e domina 30 moradores
O Estado de São Paulo – 20/12/2003

Oito homens entraram num edifício de 11 andares da Rua Padre João Manuel, em Cerqueira César, região da Avenida Paulista, assaltaram 4 apartamentos e dominaram 30 moradores na garagem. Os oito assaltantes chegaram ao condomínio, por volta das 21 h. Estavam em uma Kombi bege e aproveitaram à entrada de uma moradora, que acionou o portão da garagem com o controle remoto. O porteiro Luis Santos pensou que a Kombi era da empresa da moradora. ”Só percebi que eram ladrões quando um deles colocou o revolver na minha cabeça e me mandou obedecer”.

Violência atinge metade dos paulistanos
O Estado de São Paulo – 14/11/2003

Um em cada dois paulistanos sofrera violência em sua vida adulta. Dois em cada dez moradores de São Paulo sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses apenas 1 em cada 2 paulistanos assaltados presta queixa. O perfil das vitimas da violência na capital faz parte da pesquisa do Instituto Futuro Brasil (IFB). Os pesquisadores entrevistaram 20 mil pessoas, em 5 mil residências.
Locais onde ocorreram furtos e roubos:

– Dentro de veículos 32,6%
– Residências 28%
– Ruas e Avenidas 26,5 %
– Casas de campo e praia 4,9%
– Dentro do ônibus 4,7%

Grupo invade prédio residencial em São Paulo
Folha de São Paulo – 13/01/2003

Quatro assaltantes, entre eles uma mulher, invadiram na noite de quarta-feira o edifício de alto padrão Olivais, na Rua Doutor Rafael de Barros, no Paraíso, zona sul de São Paulo. A ação ocorreu por volta das 20h40. O grupo chegou ao local em um Ford Eco Curt. Segundo a polícia, o porteiro do prédio permitiu a entrada dos assaltantes, achando que eles eram visitantes. Após abrir o portão da garagem, o porteiro foi rendido e obrigado a entregar o crachá para um dos criminosos, que ficou em seu lugar até o fim do roubo.
Um morador aposentado de 68 anos desceu até a portaria para buscar uma encomenda e foi rendido pelo falso porteiro. Ele foi obrigado a seguir até seu apartamento, onde teve US$ 30 mil roubados, além de três relógios avaliados em mais de R$ 10 mil cada um. O grupo, então, passou a invadir outros apartamentos. Além do imóvel do aposentado, um apartamento do 7º andar foi roubado. Antes de deixar o local, o grupo quebrou os aparelhos do circuito interno de TV do prédio.

Quadrilhas trocam bancos por edifícios
O Estado de São Paulo – 29/07/2000

Menor resistência e abordagem fácil estimulam ladrões a mudarem de alvo. Assaltantes especializados em roubo a bancos estão migrando para o assalto em condomínio de alto padrão. A certeza de enfrentar menor resistência armada e a facilidade na abordagem estimula as quadrilhas a mudarem o foco de suas ações. Em geral o ladrão recebe informações de dentro do condomínio e sabe muito bem quais apartamentos assaltar e que mecanismos de segurança enfrentara no prédio.

 

fonte: tudosobreseguranca.com.br